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DOM QUIXOTE

  • Foto do escritor: Gabriela Lemgruber
    Gabriela Lemgruber
  • há 3 dias
  • 1 min de leitura


Dom Quixote é movido por um ideal inatingível ser um cavaleiro andante, restaurar a honra, o bem, lutar contra o mal - e tudo isso em nome de Dulcineia, uma dama que ele idealiza, mas que não existe como ele imagina.

Dulcineia, como objeto de amor, é um exemplo claro de objeto a - ela é uma construção do desejo de Dom Quixote, não tem uma existência real que corresponda à sua fantasia. Ou seja, o que move Quixote é algo que ele nunca teve: a figura ideal da dama perfeita.

Dom Quixote realiza uma série de aventuras, enfrenta moinhos de vento achando que são gigantes, salva pessoas que não querem ser salvas ... Tudo isso lhe dá um tipo de satisfação, mas ela é sempre parcial, deslocada, meio absurda. Ele se satisfaz no circuito da busca, mas nunca no encontro com o objeto.

Essa lógica é a mesma da pulsão, que para Lacan não visa o objeto diretamente, mas gira em torno dele. Por isso, o sujeito encontra satisfação no movimento, e não na chegada.


Na psicanálise, isso aparece no sujeito que repete certos padrões de relação, certas escolhas de objeto amoroso, certos sintomas. A satisfação nunca é plena ... é sempre uma repetição em torno de uma falta.




 
 
 

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